segunda-feira, 22 de junho de 2015

L'esprit d'escalier

Dia meio aborrecido. Final de tarde, já não estava à espera de nada nem de ninguém que me pudesse dar algum entusiasmo.
Estava enganada. Surgiu uma chamada pelo Skype e lá estava eu com o meu sorriso saudoso para falar com o meu cher amiMonsieur Frade.
No meio da nossa conversa, surgiu o momento que me levou a escrever o post de hoje.
Mas primeiro tenho a dizer que uma das coisas que mais gosto na nossa relação, é que aprendo sempre algo novo e interessante, seja numa conversa de 5 minutos ou de 5 horas. E desta vez não foi diferente. Aprendi uma expressão francesa que nunca tinha ouvido falar (e eu é que nasci lá...): "l'esprit d'escalier" cuja tradução literal seria "o espírito da escada".


Fiquei curiosa por ser francês e fiquei ainda muito mais curiosa por ver esse meu amigo tão encantado com a tal expressão, o que me levou 
a pesquisar mais sobre o assunto até descobrir a origem dessa mesma expressão que não tem tradução na nossa língua.
Século XVIII, durante um jantar, o filósofo francês Denis Diderot ficou sem palavras no momento em que lhe foi feita uma observação e disse: " - um homem sensível como eu, oprimido pelo argumento levantado contra si, fica confuso e só pode pensar com clareza outra vez quando ele atinge o fundo das escadas".

Essa expressão passou a representar a resposta ideal quando já é tarde demais. É usada para descrever um argumento ou um comentário inteligente que chega tarde demais para ter alguma utilidade. Essa situação geralmente causa algum sentimento de arrependimento por não ter pensado na resposta quando mais era necessária ou adequada.

Quem nunca ensaiou um discurso quando está a tomar banho ou a arranjar-se e depois chega o momento para dizer tudo certinho e nada sai porque o cérebro está numa de gaguejar...? Já me aconteceu várias vezes, mais do que eu gostaria até.
Aprender uma expressão nova tem essa graça: situações, sensações e sentimentos que já tivemos várias vezes nas rotinas da vida, e que identificamos na hora quando descobrimos que afinal existe um nome/expressão que os define.

Obrigado meu querido amigo por mais uma!